Três Conselhos!

11/06/2019

O jovem casal vivia de favores em um sítio do interior. Eram bem pobres. Certo dia o marido fez a seguinte proposta à esposa: Vou ao ao norte, no garimpo. Vou procurar recursos para uma vida mais digna e confortável. Não sei quanto tempo vou ficar longe. Somente peço que você me espere. Mesmo longe, manterei meu compromisso contigo, sendo fiel. Assim sendo, agradeceram a Deus por suas vidas e oportunidades. Pediram a guarda e a bênção d’Ele. Assim o jovem partiu com o coração doído, mas cheio de esperanças. Andou semanas e semanas a pé, até que encontrou o garimpo. Intercedeu a Deus por um espaço no meio daquela confusão e ganância, onde a regra era “olho-por-olho”. Ofereceu-se para trabalhar, mas sempre ouvia uma palavra de rejeição. Por fim, aceitou ser garçom e lavador de louças num boteco. Um tempo depois, soube que o patrão tinha parte numa mina. Não demorou muito. O padrão percebeu a dedicação e honestidade do moço, passando o comando do comércio. No momento do acerto das obrigações e compensações, o jovem pediu: Deixe-me trabalhar o tempo que eu quiser e quando eu achar que devo ir, o senhor me dispensa das minhas obrigações. Não quero salário. Peço que o senhor guarde a minha parte até o dia em que eu for embora. No dia em que eu sair o senhor me dá o dinheiro e eu sigo o meu caminho. Assim, tudo ficou combinado. Aquele jovem amadureceu trabalhando durante 20 anos sem descanso. O garimpo estava esgotado. Poucas pessoas viviam na vila. O padrão dedicava-se agora à criação de gado. O boteco virou um mercadinho. Certa manhã, houve um crime na frente do comércio. O jovem orou agradecido por Deus ter lhe poupado e decidiu: É hora de voltar para casa, pedindo acerto ao patrão. De todas as maneiras, o patrão tentou dissuadir o empregado que agora já era quase seu irmão. Por fim disse: Vou lhe fazer uma proposta. O que você prefere? O dinheiro ou 3 conselhos. Lembre-se que sou mais velho que você e conheço muito do mundo que nos cerca. Ou um, ou outro. Pense e amanhã me dê a resposta. Ele pensou e orou: Meu Deus! Como estará minha esposa? Já não aguento a saudade. Preciso do dinheiro. Mas, também sei que meu patrão é amoroso e muito sábio. No dia seguinte, o patrão novamente frisou: Se lhe der os conselhos, não lhe dou o dinheiro. O moço respondeu: Eu quero os conselhos! Então, o patrão lhe falou: Não tome atalhos. O caminho mais curto e desconhecido pode custar a sua vida. Não seja curioso para o mal, que pode lhe causar a morte. Jamais tome uma decisão de cabeça quente. Reflita com calma. Opte pelo diálogo. No momento da despedida, o patrão disse: A viagem de volta é longa. Vou lhe dar dois pães. Um será consumido durante a viagem, o outro é para comer com sua esposa quando chegar à sua casa. Então, seguiu seu caminho de volta, depois de vinte anos longe de casa em busca da esposa que ele tanto amava. Após o primeiro dia de viagem, encontrou um andarilho, ao qual perguntou sobre o melhor caminho para tal região. O caminho é muito longo... Disse o andarilho. Mas, conheço um atalho que reduzirá muitos dias de sua viagem. Contente, ele começou seguiu pelo atalho. Todavia, lembrou- se do primeiro conselho. Então, voltou e seguiu o trecho normal. Dias depois soube, através doutro viajante, que o atalho levava a uma emboscada. Depois de alguns dias de viagem, cansado ao extremo, achou uma casa à beira da estrada, onde pediu pouso no galpão. De madrugada acordou assustado com um ruído estranho dentro da casa. Dirigiu-se à porta para espiar. Lembrou-se do segundo conselho. Voltou, deitou-se e dormiu. De longe, ouviu o estampido de um tiro. Ao amanhecer, o dono da casa lhe perguntou se ele não havia visto os dois ladrões que tentaram invadir sua. Atirei e tenho certeza que acertei a perna de um deles. O rapaz agradeceu a Deus por não levar um tiro pela curiosidade. Assim prosseguiu na sua longa jornada, ansioso por chegar a sua casa. Depois de muitos dias e noites de caminhada, já ao entardecer, viu entre as árvores a fumaça de sua casinha. Estava anoitecendo. No lusco-fusco, ele percebeu que sua esposa não estava só. Viu um homem acariciando os seus cabelos. Quando viu aquela cena, o coração se encheu de ódio, pensando: Ela me traiu. Decidiu-se a correr de encontro aos dois e a matá-los sem piedade. Quando se lembrou do terceiro conselho. Decidiu passar aquela noite fora de casa. Ao amanhecer, já com a cabeça fria, ele disse: Não vou fazer nenhuma maldade. Voltarei ao meu patrão, pedindo que me aceite de volta. Mas antes, quero dizer à minha esposa que eu sempre permaneci fiel. Dirigiu-se à porta da casa e bateu. Quando a esposa abre a porta e o reconhece, se atira em seu pescoço e o abraça afetuosamente. Ele tenta afastá-la, mas não consegue. Então, com lágrimas nos olhos lhe diz: Eu fui fiel a você e você me traiu! Eu a vi acariciando outro homem ontem ao entardecer. Ela sorriu e disse: Tal homem é o nosso filho. Quando você foi embora, descobri que estava grávida. Hoje ele está com vinte anos de idade. Naquele momento o pai conheceu seu filho. A família estava unida novamente. Sentaram-se para a refeição. Após a oração de gratidão, ele retirou da bolsa o pão dado pelo patrão. Ao partir o pão, encontra um pequeno saco de couro cheio de preciosas esmeraldas. Era o pagamento por seus vinte anos de dedicação. Ficam algumas sábias lições: Primeiro, por vezes achamos que o atalho nos faz chegar mais rápido, o que nem sempre é verdade... A vida se constrói pelo caminho tradicional. O esforço leva às conquistas. O que vem rápido, logo se vai. A árvore que lança raízes profundas, permanece firme no temporal. Segundo, quantas vezes somos metidos, querendo saber de coisas que nem ao menos nos dizem respeito e que nada de bom nos acrescentará? Ou seja, cuide de sua vida, dos seus caminhos. Não se meta onde não é chamado. Terceiro, muito cuidado ao agir por impulso. Fatalmente podemos nos arrepender depois... E, acima de tudo... Confie os teus caminhos ao Senhor (Salmo 37.5). Ore a agradeça constantemente. Somente Deus pode nos abençoara com sabedoria (Provérbios 1.7). Espero que você, assim como eu, não se esqueça desses três conselhos e não se esqueça também de confiar sempre em Deus.


Autor(a): P. Euclécio Schieck
Âmbito: IECLB / Sinodo: Norte Catarinense / Paróquia: Garuva-SC (Martinho Lutero)
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Prédicas e Meditações
Testamento: Antigo / Livro: Salmos / Capitulo: 37 / Versículo Inicial: 5
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 52185
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Que Deus, que é quem dá paciência e coragem, ajude vocês a viverem bem uns com os outros, seguindo o exemplo de Cristo Jesus.
Romanos 15.5
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