Jornal Evangélico Luterano

Ano 2017 | número 807

Sexta-feira, 26 de Abril de 2024

Porto Alegre / RS - 19:34

Sínodos

Deus nos sustentou até aqui Alegrias, falhas e expectativas no Sínodo Mato Grosso

O Prof. P. Dr. Martin Dreher, ao relatar a sua experiência pastoral em uma pequena Comunidade de São Leopoldo/RS, constata que um dos aspectos importantes para a Comunidade Cristã consiste em saber conviver com as suas próprias contradições. A afirmação parece contrastar com a própria pregação do Evangelho, que clama por coerência. A afirmação do P. Dreher, contudo, é profundamente evangélica (e luterana), se consideramos o princípio que somos simultaneamente pessoas justas e pecadoras.

No ano do Jubileu, a IECLB escolheu Alegres, jubilai! Igreja sempre em Reforma: agora são outros 500 como Tema. Alegres, jubilai!, no cartaz, escrito em letras grandes e vermelhas parece um esforço para que, ao menos neste ano, a nossa alegria, a nossa gratidão e o nosso júbilo se sobreponham ao espírito mais crítico e contrito que normalmente nos caracteriza. Eis um grande desafio para todos e todas nós: termos olhos e coração para as coisas bonitas que acontecem entre nós, como expressão de alegria e gratidão.

Motivos para jubilar

Deus nos sustentou até aqui - A IECLB tem uma história relativamente recente no Sínodo Mato Grosso (que abrange os Estados de Mato Grosso, parte de Goiás, Pará e Mato Grosso do Sul). A maioria das suas Comunidades tem 40 anos ou menos. Muitas pessoas que estiveram no início das Comunidades ainda estão conosco. A lembrança de como as coisas já foram faz brotar a gratidão pelo seu pertencimento à IECLB, pois, mesmo em contexto de migração, as pessoas mantiveram a sua confessionalidade, identidade e unidade. Alegra ter acesso à Palavra e nela sublinhar que a salvação é por graça e fé, com auxílio de Ministros e Ministras com bom preparo e boa formação teológica.

O longe nem é tão longe assim - Uma das marcas dos nossos encontros é a alegria, tanto que as grandes distâncias, uma realidade no Sínodo, são vistas apenas como desafio à superação. Os Campos de Atividade Ministerial (CAM) foram surgindo e se consolidando, somando, hoje, 26, com Encontros Interparoquiais, Setorais e Sinodais, a exemplo do que ocorre com a OASE e a JE.

Comunhão e solidariedade - O ser humano carrega consigo a necessidade de conviver com outras pessoas. É semente plantada por Deus no coração das pessoas. A Comunidade é a expressão maior dessa comunhão entre as pessoas, na presença de Deus. Nesse sentido, a vida comunitária é muito valorizada. A Comunidade é lugar de aconchego, convívio e cuidado que se estende para outras Comunidades – também ultrapassa os muros das Comunidades, ainda que timidamente.

Generosidade - O Sínodo e as suas Comunidades apenas existem porque, na origem, foram carregadas com recursos de outras Comunidades da IECLB e de Igrejas irmãs do exterior, pelos quais agradecemos! No decorrer dos anos, as pessoas e as Comunidades melhoraram as suas condições. Dos 26 CAMs, apenas cinco dependem de auxílio substancial, ou seja, no geral, o povo da IECLB no Sínodo Mato Grosso é generoso. A contribuição média por família é expressiva. A ideia de pagamento vai sendo substituída pela espontaneidade e pela gratidão, fruto do estudo da Palavra e da ação do Espírito Santo. O zelo, a seriedade e a transparência na administração dos recursos geram confiança!

Lideranças qualificadas e comprometidas - Falar em dons é bíblico, um dos temas preferidos do Apóstolo Paulo. Para Lutero, o Sacerdócio é geral é de todas as pessoas que creem. Os dons estão nas Comunidades. Às vezes, apenas latentes. Quando afloram, com oportunidade e preparação, se transformam em grande bênção.

Motivos para arrependimento

Comunidades pouco missionárias - O nosso DNA ainda é bastante reservado quando se trata de convidar outras pessoas para congregar conosco. Ainda somos mais dados a zelar e cuidar da ‘nossa gente’. Com isso, falhamos no convite, na acolhida, na inclusão e no acompanhamento de pessoas que estão em nossa proximidade e sedentas do Evangelho. A ideia de ‘quem quiser vir, que venha’ ainda predomina sobre a disposição para ‘ir ao encontro das pessoas’.

Comunidades pouco diaconais - Há muitos e belos gestos, pessoais e comunitários, no passado e também hoje. Contudo, carregamos o trabalho e o empreendedorismo como se fossem verdadeiros mandamentos. O que, por um lado, parecem valores positivos, por outro, nos tornam pouco sensíveis com culturas que sublinham outros valores. O amor ao próximo expresso em serviço concreto ao outro, não importando quem ele é, requer sensibilidade. 

P. Nilo Orlando Christmann | Pastor Sinodal do Sínodo Mato Grosso

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