Formar-se ou aprender a aprender?
Quem já teve essa experiência, sabe bem o que é a alegria de uma Formatura. Segundo o dicionário, o verbo ‘formar’ significa dar forma. As palavras devem nos provocar, por isso... Que ‘forma’ você tem?
Durante a vida, a pessoa passa por experiências que lhe dão, por assim dizer, uma forma. Essa forma não é definitiva nem pré- moldada. É um processo em permanente movimento no qual estão incluídos o estudo, as leituras e os relacionamentos.
A velocidade com que as informações são produzidas e transmitidas e o volume a que temos acesso mostra que a educação é um processo que jamais tem fim. Nunca estaremos totalmente formados ou formadas. Sinceramente? Gosto disso!
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) propôs, em 1997, quatro pilares para a educação em nosso milênio e um deles é aprender a aprender. Disposição e humildade para reconhecer a necessidade de buscar o conhecimento são o ponto de partida para aprender a aprender e premissas dessa mudança de paradigma.
Precisamos nos adaptar a uma nova realidade em que a leitura, o estudo, a curiosidade e a busca constante e autônoma fazem parte do cotidiano. Nesse sentido, faz-se necessário afiarmos o nosso senso crítico para avaliar o que é importante e buscar fontes confiáveis que tragam bom embasamento e novos conhecimentos.
Em nossa vida cristã, será que nos ‘formamos’ na fé? Conheci uma senhora muito querida, que, do alto dos seus 80 anos, era a mais assídua frequentadora de um curso que tivemos em nossa Comunidade sobre o livro de Romanos. Lembrei dela quando li o comentário de Lutero, citado ao lado do Salmo 150 na Bíblia Sagrada com Reflexões do Reformador: Enquanto viveres não tenhas outro sentimento a teu respeito a não ser como o de alguém que ainda não ama a lei de Deus e que necessita urgentemente dela.
Assim, a resposta para a pergunta acima é: não há formatura na fé! Essa é também a compreensão da nossa Igreja quando defende uma Educação Cristã Contínua, ou seja, durante toda a vida, por isso trabalha para que os conteúdos vistos na infância ou no Ensino Confirmatório, por exemplo, sejam estudados novamente na vida adulta. As perguntas e a maneira de ver a vida e Deus mudam conforme o tempo, mas a necessidade de aprender e reaprender não.
Aprender a aprender sobre Deus é um desafio permanente e instigante. Necessitamos buscar o conhecimento sobre Deus e a sua vontade para nós, por isso busquemos a fonte mais fiel e confiável, a Bíblia, para conhecer melhor o nosso Deus, não como alguém que conhece apenas de vista, mas como alguém cujo propósito é dar para nós o que de melhor podemos alcançar.
Profa. Márcia Bach de Oliveira Lorentz | Orientadora do trabalho com crianças e adolescentes na Paróquia Cristo Salvador, em Curitiba/PR